Pedro Carvalho Advogado Trabalhista

Rescisão Indireta: O Que É, Quando Pedir e Como Garantir Seus Direitos

Introdução

Muitos trabalhadores vivem um dilema: estão insatisfeitos, sofrem abusos no emprego e, apesar disso, têm medo de pedir demissão e perder direitos importantes. No entanto, existe uma alternativa legal que resolve essa situação: a rescisão indireta.

Essa medida funciona como a “justa causa do empregador”. Em outras palavras, quando é a empresa que erra de forma grave, o trabalhador tem o direito de sair sem perder nada daquilo que receberia em caso de demissão sem justa causa.

Além disso, a rescisão indireta devolve ao trabalhador a dignidade e a segurança de não ficar preso a um contrato abusivo. Portanto, conhecer esse direito é fundamental para não abrir mão de valores essenciais.

👉 Continue lendo e descubra, passo a passo, como funciona esse mecanismo e de que forma você pode utilizá-lo para sair da empresa sem abrir mão do que é seu por lei!

O Que É Rescisão Indireta?

Antes de tudo, é importante entender o conceito. A rescisão indireta é um direito garantido ao trabalhador quando o empregador comete faltas graves. Nessas situações, a lei entende que o vínculo se torna insustentável, de modo que o empregado pode encerrar o contrato e ainda receber todos os valores como se tivesse sido dispensado sem justa causa.

Portanto, se a empresa descumpre obrigações básicas, quem dá motivo para o fim do contrato é ela, e não o trabalhador. Assim, em vez de pedir demissão e perder benefícios, o empregado pode recorrer à Justiça para fazer valer seus direitos.

Além disso, esse mecanismo serve como proteção contra abusos. Afinal, muitos trabalhadores continuam em condições precárias apenas por medo de perder o FGTS, a multa de 40% ou o seguro-desemprego.

Quando Pedir a Rescisão Indireta?

A rescisão indireta pode ser pedida em diferentes situações, todas previstas na CLT. Entretanto, para simplificar, vamos analisar os exemplos mais comuns do dia a dia.

1. Atraso ou não pagamento de salário

Em primeiro lugar, o salário é a base da sobrevivência do trabalhador. Quando ele atrasa ou deixa de ser pago, surgem dívidas, estresse e insegurança. Por isso, a Justiça reconhece essa falha como motivo suficiente para rescisão indireta.

2. Não recolhimento do FGTS

Além do salário, o depósito do FGTS é obrigação mensal do empregador. No entanto, muitas empresas simplesmente não cumprem essa regra. Como consequência, o trabalhador descobre anos depois que perdeu valores importantes. Nesse caso, é possível pedir a rescisão indireta.

3. Assédio moral ou perseguição

Quando o ambiente de trabalho é marcado por humilhações, gritos, xingamentos ou perseguições, o empregado não tem paz. Assim, a lei protege quem sofre assédio, permitindo a rescisão indireta acompanhada, em muitos casos, de indenização por danos morais.

4. Jornadas abusivas e falta de intervalo

Outro exemplo muito comum é a jornada excessiva. Se o empregador obriga a trabalhar além do limite sem pagar horas extras, ou ainda nega o intervalo para refeição e descanso, o trabalhador pode solicitar a rescisão indireta. Afinal, a saúde deve vir em primeiro lugar.

5. Condições de trabalho insalubres ou perigosas

Por fim, quando a empresa coloca a vida do trabalhador em risco ao negar equipamentos de proteção ou expô-lo a ambientes insalubres, a rescisão indireta também é cabível. Dessa forma, é possível encerrar o contrato sem abrir mão de direitos.

⚖️ Resumo importante: sempre que a empresa falha gravemente e compromete a dignidade, a segurança ou a justiça da relação, o trabalhador pode recorrer à rescisão indireta.

Por fim, quando a empresa coloca a vida do trabalhador em risco ao negar equipamentos de proteção ou expô-lo a ambientes insalubres, a rescisão indireta também é cabível. Dessa forma, é possível encerrar o contrato sem abrir mão de direitos. Inclusive, em situações que envolvem acidente de trabalho, também é possível converter o pedido de demissão em rescisão indireta. Veja como isso funciona neste artigo completo

Quais São os Direitos do Trabalhador na Rescisão Indireta?

Muitos pensam que sair por conta própria significa abrir mão de benefícios. No entanto, na rescisão indireta ocorre exatamente o contrário: o trabalhador recebe quase tudo que teria em uma demissão sem justa causa.

Portanto, os principais direitos são:

  • Saldo de salário. 
  • Aviso prévio (trabalhado ou indenizado). 
  • 13º salário proporcional. 
  • Férias vencidas e proporcionais + 1/3. 
  • Multa de 40% sobre o FGTS. 
  • Saque do FGTS. 
  • Seguro-desemprego (quando atendidos os requisitos). 

Além disso, em situações de assédio ou humilhação, o trabalhador pode pleitear indenização por danos morais.

Consequentemente, fica claro que a rescisão indireta é muito mais vantajosa do que simplesmente pedir demissão.

Como Provar a Rescisão Indireta?

Apesar de ser um direito garantido, a rescisão indireta não acontece de forma automática. Ou seja, é preciso que o trabalhador ingresse com uma ação trabalhista para que a Justiça reconheça a falha da empresa.

Nesse sentido, as provas são fundamentais. Portanto, veja alguns exemplos práticos:

  • Holerites ou comprovantes de salário atrasado. 
  • Extratos do FGTS demonstrando falta de depósitos. 
  • Prints de mensagens, áudios ou e-mails. 
  • Testemunhas que confirmem os fatos. 
  • Cartões de ponto que mostrem jornadas abusivas. 

Assim, quanto mais evidências forem reunidas, maiores serão as chances de sucesso.

Diferença Entre Pedir Demissão e Rescisão Indireta

Muitos trabalhadores, sem orientação, acabam pedindo demissão. Entretanto, essa atitude pode gerar grandes prejuízos.

Pedir demissão significa:

  • Perder o direito ao FGTS. 
  • Não receber a multa de 40%. 
  • Ficar sem seguro-desemprego. 

Rescisão indireta garante:

  • Receber como se fosse demitido sem justa causa. 
  • Manter o FGTS e a multa. 
  • Ter acesso ao seguro-desemprego. 

Portanto, fica evidente que a rescisão indireta é a escolha mais inteligente. Dessa forma, a recomendação é clara: nunca peça demissão sem antes consultar um advogado trabalhista.

Exemplos Reais do Dia a Dia

Para ilustrar melhor, veja alguns casos comuns:

  • Um pedreiro que ficou três meses sem salário conseguiu a rescisão indireta e recebeu todas as verbas. 
  • Uma vendedora humilhada diariamente pela gerente encerrou o contrato pela Justiça e ainda obteve indenização. 
  • Um operador descobriu que a empresa não recolheu FGTS durante cinco anos. Como consequência, garantiu a multa de 40% após a rescisão indireta. 

Esses exemplos demonstram que, na prática, o trabalhador não precisa se submeter a abusos indefinidamente.

Como Funciona o Processo de Rescisão Indireta?

Embora cada caso tenha suas particularidades, o caminho costuma seguir os seguintes passos:

  1. Consulta com advogado trabalhista – etapa essencial para avaliar se há provas suficientes. 
  2. Coleta de evidências – documentos, prints e testemunhas. 
  3. Ajuizamento da ação – o pedido é formalizado na Justiça do Trabalho. 
  4. Audiência – ambas as partes são ouvidas. 
  5. Sentença – o juiz decide se a rescisão indireta será ou não reconhecida. 

Dessa forma, o processo pode durar alguns meses, mas garante ao trabalhador uma saída justa e indenização completa.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Quanto tempo demora uma ação de rescisão indireta?

Normalmente, varia de 6 meses a 1 ano, dependendo da Vara do Trabalho e da complexidade do caso.

2. Posso pedir rescisão indireta enquanto ainda estou trabalhando?

Sim. O trabalhador permanece no emprego até que a Justiça reconheça a rescisão.

3. Preciso de advogado para pedir rescisão indireta?

Sim. O acompanhamento de um advogado trabalhista é indispensável para dar entrada no processo e garantir a defesa adequada.

4. Se a empresa não pagar meu FGTS, posso sair com rescisão indireta?

Sim. A falta de depósito de FGTS é um dos motivos mais comuns para essa medida.

5. Tenho direito a seguro-desemprego na rescisão indireta?

Sim, desde que cumpra os requisitos exigidos pelo programa.

Conclusão

A rescisão indireta é a saída justa e legal para quem não aguenta mais os abusos da empresa. Com ela, o trabalhador pode encerrar o contrato sem abrir mão de nenhum direito, garantindo segurança financeira e até mesmo indenização em alguns casos.

Portanto, se você está passando por essa situação, não se precipite pedindo demissão. Antes de mais nada, busque orientação profissional.

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