Pedro Carvalho Advogado Trabalhista

Balconista com Jornada Fixa Registrado como Freelancer: Entenda Seus Direitos

Introdução

Você trabalha como balconista em farmácia, padaria ou mercearia, mas foi contratado como freelancer ou ajudante? Pois saiba que isso é uma prática muito comum no comércio brasileiro. Ainda que a empresa utilize esse rótulo, na realidade você cumpre horário fixo, recebe ordens diretas e tem todas as responsabilidades de um empregado.

Portanto, neste artigo vamos explicar de forma clara e objetiva quais são os direitos de quem atua como balconista, por que a contratação como freelancer pode ser fraude e como buscar a Justiça para regularizar a situação.

Quem é o balconista segundo a lei?

Antes de mais nada, é essencial compreender quem a lei considera balconista. Esse trabalhador é aquele que atende o público diretamente no balcão de estabelecimentos comerciais. Além disso, muitas vezes acumula funções como:

  • Registrar compras,

  • Repor mercadorias,

  • Orientar clientes,

  • Fechar o caixa.

Assim, mesmo que receba o nome de “ajudante” ou “freelancer”, na prática exerce atividades típicas de empregado protegido pela CLT.

O truque das empresas: freelancer com jornada fixa

Em tese, o freelancer é alguém que atua de forma autônoma, sem horário fixo e sem subordinação direta. Entretanto, na prática, muitas farmácias e padarias contratam balconistas como “freelancers” apenas para economizar.

Contudo, quando o balconista bate ponto, segue escalas e obedece a ordens de um gerente, já não existe autonomia. Dessa forma, estamos diante de um vínculo empregatício disfarçado.

Por que as empresas fazem isso?

Em resumo, a razão é sempre a mesma: reduzir custos às custas do trabalhador. Afinal, ao não registrar o balconista, a empresa deixa de pagar:

  • FGTS,

  • 13º salário,

  • Férias + 1/3,

  • INSS,

  • Horas extras.

Consequentemente, o trabalhador fica totalmente desprotegido. Além disso, em caso de demissão, não recebe indenização alguma.

Quando o contrato é fraude trabalhista?

De modo geral, a contratação como freelancer é considerada fraude sempre que:

  1. jornada fixa,

  2. Existe subordinação (ordens de gerente ou dono),

  3. O pagamento é mensal ou fixo,

  4. O trabalhador exerce função essencial e contínua no negócio.

Portanto, se você se encaixa nessas condições, saiba que tem direito ao reconhecimento de vínculo empregatício.

Direitos do balconista com vínculo empregatício

Ao ser reconhecido como empregado, o balconista passa a ter direito a:

  • Carteira assinada desde o início do contrato,

  • Férias remuneradas + 1/3,

  • 13º salário,

  • Depósitos de FGTS,

  • Horas extras, quando ultrapassar 44h semanais,

  • Intervalo intrajornada (mínimo de 1 hora em jornadas acima de 6h),

  • Aviso prévio e seguro-desemprego em caso de demissão.

Assim, fica evidente que os benefícios são muitos e não podem ser ignorados.

Salário pago por fora

Além disso, é muito comum que balconistas recebam parte do salário registrado em carteira e outra parte em dinheiro. Entretanto, essa prática é ilegal porque reduz FGTS, férias e aposentadoria.

➡️ Felizmente, na Justiça, é possível comprovar com recibos, extratos bancários, prints de mensagens ou testemunhas. Dessa forma, o trabalhador garante o cálculo correto de seus direitos.

Hora extra e descanso semanal

Segundo a CLT, o balconista pode trabalhar até 44 horas por semana. Porém, caso ultrapasse esse limite, deve receber:

  • 50% a mais em dias normais,

  • 100% a mais em domingos e feriados.

Além disso, tem direito a uma folga semanal obrigatória, preferencialmente aos domingos. Portanto, se você está cumprindo escalas sem descanso ou sem pagamento adicional, saiba que seus direitos estão sendo desrespeitados.

Metas abusivas e assédio moral

Outro ponto que merece atenção é a cobrança de metas abusivas. Não raramente, empregadores impõem números quase impossíveis de alcançar. Além disso, em algumas situações, utilizam humilhações públicas e ameaças de demissão como forma de pressão.

➡️ Nessas circunstâncias, pode haver indenização por assédio moral, desde que devidamente comprovado.

Como comprovar vínculo de balconista

 

Para que a Justiça reconheça o contrato, você pode apresentar diferentes provas. Entre elas, destacam-se:

  • Conversas de WhatsApp sobre escalas e ordens,

  • Espelhos de ponto ou cadernos de controle de jornada,

  • Recibos de pagamento,

  • Testemunhas (colegas ou clientes).

Portanto, mesmo que você não tenha documentos formais, basta demonstrar que havia trabalho contínuo, jornada fixa e subordinação.

Posso processar a empresa mesmo sendo freelancer?

A resposta é sim! Afinal, a Justiça do Trabalho avalia os fatos concretos e não apenas o nome do contrato. Dessa maneira, mesmo registrado como freelancer, você pode entrar com ação e pedir o reconhecimento de vínculo empregatício.

Passo a passo para buscar seus direitos

Para facilitar, veja o caminho correto:

  1. Em primeiro lugar, guarde todas as provas (conversas, comprovantes, testemunhas);

  2. Em seguida, procure um advogado trabalhista;

  3. Logo depois, solicite a justiça gratuita, se não puder pagar custas;

  4. Por fim, entre com a ação pedindo o reconhecimento do vínculo e o pagamento das verbas.

Assim, você aumenta suas chances de vitória e garante que seus direitos não sejam esquecidos.

Advogado trabalhista gratuito

A boa notícia é que balconistas de baixa renda podem contar com a justiça gratuita. Além disso, muitos escritórios atendem online via WhatsApp, o que facilita bastante para quem não pode se deslocar até o advogado.

Portanto, não existe desculpa para deixar seus direitos de lado.

Conclusão

Trabalhar como balconista registrado como freelancer é uma prática injusta que retira direitos essenciais do trabalhador. No entanto, a CLT garante que a Justiça reconheça o vínculo e obrigue a empresa a pagar férias, 13º, FGTS, horas extras e até indenizações.

👉 Portanto, se você está nessa situação, não deixe passar em branco: fale com um advogado trabalhista e lute pelos seus direitos.

FAQs

  1. Trabalhei como balconista sem carteira, posso cobrar meus direitos?
    Sim. Afinal, se havia jornada fixa e subordinação, a Justiça reconhece o vínculo.
  2. Se eu era freelancer, mas trabalhava todo dia, tenho direitos?
    Sim. O nome “freelancer” não anula o vínculo quando existe rotina de empregado.
  3. E se eu recebia apenas comissão?
    Você pode pedir o reconhecimento do salário real, com reflexos em férias, 13º e FGTS.
  4. Trabalhei menos de 3 meses, vale a pena entrar com ação?
    Com certeza. Mesmo contratos curtos geram direitos proporcionais.
  5. Preciso pagar para entrar com a ação?
    Não necessariamente. Quem comprova baixa renda pode pedir justiça gratuita.

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