Pedro Carvalho Advogado Trabalhista

Estou sendo perseguido no trabalho, o que devo fazer ?

Infelizmente, é comum presenciarmos agressões verbais no ambiente de trabalho, vindas de superiores ou colegas, com o objetivo de “corrigir” um funcionário ou até mesmo humilhá-lo. Consequentemente, essas condutas ofensivas, que causam danos psicológicos e até físicos, tais como depressão, ansiedade e síndrome do pânico, configuram constrangimento no trabalho, também conhecido como assédio moral.

É fundamental que todo trabalhador compreenda que o assédio moral não é apenas uma questão de “aguentar”. Ele configura um dano moral, uma violação grave dos seus direitos, e a lei garante a você o direito de ser indenizado por isso.

A indenização por assédio moral pode chegar a até 50 vezes o valor do seu último salário, dependendo da gravidade e do tempo de duração das humilhações sofridas. Essa punição severa serve para mostrar que o assédio moral é um crime que a sociedade não tolera.

O que caracteriza a perseguição no trabalho?

A perseguição no trabalho, muitas vezes sutil e disfarçada, pode se manifestar de diversas formas, tornando-se um desafio identificá-la com precisão. Para facilitar esse processo, elaboramos este guia com 5 sinais que caracterizam a perseguição no ambiente profissional, auxiliando você a reconhecer se está sendo vítima dessa prática abusiva.

  1. Humilhações e Ridicularizações Constantes:

Ser alvo de humilhações públicas, críticas desproporcionais ou piadas de mau gosto de forma frequente pode ser um forte indício de perseguição. Essas atitudes visam minar a autoestima e o profissionalismo da vítima, criando um ambiente de trabalho hostil e degradante. Preste atenção se você é constantemente exposto a situações vexatórias, apelidos pejorativos ou comentários depreciativos, especialmente em público.

  1. Isolamento e Exclusão Social:

A perseguição no trabalho pode se manifestar através do isolamento social da vítima. Por exemplo, se você percebe que está sendo excluído de reuniões, projetos importantes ou conversas informais entre colegas, pode ser um sinal de alerta. Em outras palavras, essa exclusão deliberada visa marginalizar o indivíduo, dificultando, assim, seu desenvolvimento profissional e criando um sentimento de solidão e desamparo.

  1. Sobrecarga de Trabalho Injustificada:

Além disso, receber uma quantidade excessiva de tarefas, prazos impossíveis de cumprir ou responsabilidades desproporcionais à sua função pode ser uma estratégia de perseguição. Em outras palavras, essa sobrecarga visa desgastar física e emocionalmente a vítima, levando-a ao esgotamento profissional e à perda de produtividade. Portanto, é importante analisar se a demanda de trabalho é justificável ou se tem como objetivo prejudicar você.

  1. Sabotagem e Dificuldades Injustificadas:

Além disso, outro sinal de perseguição no trabalho é a criação de obstáculos e dificuldades injustificadas para a realização das suas tarefas. Por exemplo, se você percebe que informações importantes são omitidas, seus projetos são constantemente criticados sem motivo ou seus recursos são limitados propositalmente, pode estar sendo vítima de sabotagem. Em suma, essas ações visam prejudicar seu desempenho e criar uma sensação de incompetência.

  1. Monitoramento Excessivo e Invasão de Privacidade:

Controlar seus horários de forma rigorosa, monitorar suas atividades online, vasculhar seus pertences pessoais ou bisbilhotar suas conversas são atitudes que, sem dúvida, configuram invasão de privacidade e até mesmo podem indicar perseguição. Portanto, fique atento se seu chefe ou colegas de trabalho demonstram um interesse excessivo em sua vida pessoal ou profissional, ultrapassando os limites do aceitável.

Lembre-se: Identificar a perseguição no trabalho é o primeiro passo para combater essa prática abusiva. Se, por acaso, você reconhece alguns desses sinais em seu ambiente profissional, não hesite em buscar ajuda e denunciar a situação.

Quais os impactos da perseguição no trabalho?

A perseguição no trabalho pode deixar marcas profundas na saúde mental da vítima, comprometendo seu bem-estar e qualidade de vida. As constantes humilhações, o isolamento e a pressão psicológica geram um ambiente de trabalho tóxico, desencadeando uma série de problemas emocionais e psicológicos.

  1. Ansiedade e Angústia:

A perseguição no trabalho instaura um clima de medo e insegurança constante. A vítima passa a conviver com a apreensão, temendo novas humilhações e ataques. Essa ansiedade crônica pode se manifestar através de sintomas físicos como palpitações, tremores, sudorese excessiva e dificuldade para respirar, comprometendo a concentração e o desempenho profissional.

  1. Depressão e Baixa Autoestima:

As constantes críticas, humilhações e desvalorizações sofridas pela vítima de assédio moral minam sua autoestima e confiança, levando a um quadro de depressão. A tristeza profunda, a perda de interesse pelas atividades que antes lhe davam prazer, o sentimento de inutilidade e o isolamento social são sintomas comuns da depressão, impactando a vida profissional e pessoal da vítima.

  1. Estresse Crônico e Síndrome de Burnout:

A pressão constante, a sobrecarga de trabalho e o ambiente hostil gerado pela perseguição levam ao estresse crônico. O organismo, em constante estado de alerta, fica sobrecarregado, resultando em fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, problemas gastrointestinais e insônia. Em casos mais graves, pode ocorrer a Síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento físico e mental extremo.

  1. Transtornos de Ansiedade e Síndrome do Pânico:

A perseguição no trabalho pode desencadear transtornos de ansiedade, como a Síndrome do Pânico, fobias sociais e Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). As crises de pânico, caracterizadas por medo intenso, sensação de morte iminente e sintomas físicos como taquicardia e falta de ar, podem surgir em situações relacionadas ao trabalho, gerando grande sofrimento e prejudicando a vida social da vítima.

  1. Insônia e Outros Distúrbios do Sono:

As preocupações, a ansiedade e o medo gerados pela perseguição interferem diretamente na qualidade do sono. A vítima pode apresentar dificuldade para iniciar o sono, acordar várias vezes durante a noite ou ter pesadelos frequentes. A privação de sono agrava os problemas de saúde mental, aumentando a irritabilidade, dificuldade de concentração e comprometendo o sistema imunológico.

Lembre-se: a perseguição no trabalho é uma forma de violência que causa danos significativos à saúde mental da vítima. É fundamental buscar ajuda profissional para lidar com os impactos psicológicos e superar essa situação traumática.

Como combater a perseguição no trabalho?

Ser vítima de perseguição no trabalho é uma experiência dolorosa e desgastante. Mas saiba que você não precisa se calar diante do assédio moral. Com as estratégias certas e o apoio necessário, é possível combater essa situação e reconstruir sua saúde mental e carreira profissional.

  1. Reconheça e Nomeie o Problema:

O primeiro passo para combater a perseguição no trabalho é reconhecer que você está sendo vítima de assédio moral. Muitas vezes, a vítima se culpa ou minimiza a situação, o que impede a busca por ajuda. Identifique os sinais de perseguição, como humilhações, isolamento e sabotagem, e nomeie o problema: você está sendo assediado.

  1. Documente Tudo:

A documentação é crucial para comprovar o assédio moral e garantir seus direitos trabalhistas. Anote cada episódio de perseguição com detalhes: data, hora, local, nome do agressor, testemunhas e descrição dos fatos. Reúna provas como e-mails, mensagens, bilhetes, fotos e gravações. Essa documentação será fundamental caso decida formalizar uma denúncia ou ajuizar uma ação trabalhista.

  1. Busque Apoio:

Não enfrente essa situação sozinho! Compartilhe sua experiência com amigos, familiares ou colegas de trabalho de confiança. O apoio emocional é fundamental para lidar com os impactos psicológicos da perseguição. Procure também ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra para superar o trauma e fortalecer sua saúde mental.

  1. Denuncie o Assédio:

Formalize a denúncia de assédio moral na empresa, utilizando os canais de comunicação internos como a ouvidoria, o RH ou o compliance. Apresente sua documentação e exija que a empresa tome providências para interromper o assédio e punir o agressor. Caso a empresa se omita, denuncie o caso ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

  1. Procure um Advogado Trabalhista:

Um advogado especializado em direito do trabalho poderá te orientar sobre seus direitos e te auxiliar na busca por justiça. Ele poderá te ajudar a negociar uma rescisão indireta do contrato de trabalho, ajuizar uma ação trabalhista por danos morais e materiais, e garantir que seus direitos sejam respeitados.

Lembre-se: você não é culpado pela perseguição que está sofrendo. Combater o assédio moral é um ato de coragem e autoproteção. Busque ajuda, denuncie o agressor e lute pelos seus direitos.

Como provar a perseguição no trabalho ?

A primeira e mais crucial etapa para comprovar a perseguição no trabalho é a documentação. Para isso, anote cada episódio de humilhação, incluindo data, hora, local, pessoas envolvidas e o que exatamente aconteceu. Além disso, guarde e-mails, mensagens, bilhetes ou qualquer comunicação escrita que comprove o abuso. Se possível, grave áudios ou vídeos discretamente, sempre respeitando a privacidade dos demais envolvidos.

Ademais, testemunhas oculares são fundamentais para fortalecer seu caso. Converse com colegas que presenciaram as situações de assédio e peça que eles estejam dispostos a depor a seu favor, caso necessário. Inclusive, se possível, obtenha declarações formais por escrito, detalhando o que eles viram e ouviram.

Em seguida, procure um médico ou psicólogo para relatar os impactos do assédio moral em sua saúde física e mental. Laudos e atestados médicos que comprovem o sofrimento causado pelas humilhações podem ser decisivos em um processo judicial.

Por outro lado, se sua empresa possui um canal de denúncia ou ouvidoria, utilize-o para formalizar sua queixa. Guarde cópias de todos os protocolos e comunicações relacionadas à denúncia. Caso a empresa não tome providências, esses registros serão importantes para comprovar que você buscou resolver a situação internamente antes de recorrer à Justiça.

Enfim, lembre-se: Quanto mais evidências você tiver, mais forte será seu caso contra a perseguição no trabalho. Não tenha medo de buscar seus direitos e lutar por um ambiente de trabalho saudável e respeitoso!

 

O que fazer em caso de perseguição no trabalho?

O primeiro passo ao enfrentar a perseguição no trabalho é quebrar o silêncio. Para isso, compartilhe sua experiência com amigos, familiares ou colegas de confiança. O apoio emocional é fundamental para lidar com o impacto psicológico do assédio e te fortalecer para buscar seus direitos. Além disso, conversar com outras pessoas pode te ajudar a identificar se outras vítimas existem e a construir uma rede de apoio mútuo.

Em seguida, se você se sente seguro, denuncie a perseguição no trabalho aos canais internos da empresa, como o departamento de Recursos Humanos ou a ouvidoria. Apresente suas provas e exija que a empresa tome providências para cessar o abuso e punir o assediador. Caso a empresa se omita ou não resolva a situação, a denúncia interna servirá como prova de que você tentou solucionar o problema amigavelmente.

Contudo, se a situação persistir ou se você não se sentir confortável em denunciar internamente, procure o sindicato da sua categoria ou o Ministério Público do Trabalho. Essas instituições podem te orientar sobre seus direitos e te auxiliar a entrar com uma ação judicial contra a empresa e o assediador.

Por fim, a perseguição no trabalho pode deixar marcas profundas na saúde mental da vítima. Portanto, não hesite em buscar ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra para lidar com o trauma e recuperar sua autoestima. Lembre-se: você não está sozinho e merece ser tratado com respeito e dignidade.

Em suma, lembre-se: Você não está sozinho! O assédio moral é uma violação grave dos seus direitos e você tem o direito de se proteger e buscar justiça. Não hesite em denunciar e buscar ajuda profissional.

Conclusão

A perseguição no trabalho não é apenas um problema individual, mas sim uma questão de saúde pública e justiça social. Afinal, ao se calar, você permite que essa prática abusiva continue a se perpetuar, prejudicando não só você, mas também seus colegas de trabalho.

Lembre-se:

  • Em primeiro lugar, você não está sozinho. Portanto, busque apoio em amigos, familiares, colegas ou profissionais de saúde mental.

  • Além disso, você tem direitos. Afinal, a lei te protege e garante o direito à indenização por danos morais.

  • Nesse sentido, denuncie. Utilize os canais internos da empresa, procure o sindicato ou o Ministério Público do Trabalho.

  • Por fim, não desista. Embora a luta contra o assédio moral possa ser difícil, a justiça prevalecerá.

Juntos, podemos construir um ambiente de trabalho mais justo, respeitoso e livre de assédio moral.

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