Pedro Carvalho Advogado Trabalhista

O que é jornada abusiva? Como comprovar e processar a empresa

Você trabalha mais horas do que deveria e, ainda assim, não recebe pelas horas extras? Se sente sobrecarregado e constantemente exausto? Nesse caso, talvez você esteja vivendo uma jornada abusiva. Esse tipo de situação, infelizmente, é muito comum, especialmente em cargos como o de gerente. Por isso, neste artigo, vamos explicar o que é jornada abusiva, como você pode comprovar essa realidade e, além disso, como processar a empresa com o apoio de um advogado trabalhista.

Entendendo a jornada de trabalho pela CLT

O que a CLT define como jornada de trabalho

Antes de tudo, é fundamental entender o que a lei diz. De acordo com a CLT, a jornada padrão é de até 8 horas por dia e 44 horas por semana. Ou seja, trabalhar além disso só é permitido em situações específicas e sempre com o pagamento de horas extras.

Tipos de jornada: 44h semanais, 12×36, parcial e outras

Além da jornada comum, existem outras modalidades legais. Por exemplo:

  • A jornada 12×36, em que se trabalha 12 horas seguidas e se descansa 36 horas; 
  • A jornada parcial, que pode chegar até 30 horas semanais; 
  • E o turno ininterrupto de revezamento, normalmente com 6 horas diárias. 

Apesar disso, qualquer jornada deve respeitar os limites legais. Caso contrário, estamos diante de uma possível jornada abusiva.

Quando a jornada deixa de ser legal e se torna abusiva

Excesso de horas extras além do limite permitido

Em primeiro lugar, vale destacar que a CLT permite no máximo duas horas extras por dia. Se a empresa exige mais do que isso, repetidamente, está cometendo uma irregularidade grave.

Falta de pagamento ou compensação das horas

Além disso, trabalhar além do horário sem receber pelas horas ou sem ter folgas compensatórias é ilegal. Portanto, essa prática configura uma jornada abusiva.

Jornada que prejudica a saúde mental e física do trabalhador

Por fim, se o excesso de trabalho compromete sua saúde, seu sono ou sua vida pessoal, isso ultrapassa os limites da legalidade. Nesse cenário, o empregador está violando seus direitos básicos.

Jornada abusiva para gerente: um caso à parte

O que a lei diz sobre jornada de trabalho de gerentes

Muita gente acredita que quem ocupa cargo de confiança, como gerente, não tem direito a hora extra. No entanto, essa não é uma verdade absoluta.

Quando o gerente tem direito a hora extra

Se o gerente bate ponto, não recebe gratificação de função (de no mínimo 40%) ou segue ordens diretas de superiores, ele pode sim ter direito às horas extras. Afinal, a lei protege também quem tem função de liderança.

Jornada abusiva de gerente: exemplos reais

Imagine um gerente que entra às 7h e sai às 22h, todos os dias, sem folga aos fins de semana e sem remuneração extra. Isso, sem dúvida, é uma jornada abusiva. Portanto, é totalmente possível processar a empresa nesse tipo de caso.

Como identificar que você está em uma jornada abusiva

Sinais de exploração e sobrecarga

Para reconhecer esse tipo de abuso, observe:

  • Constantes prorrogações da jornada; 
  • Excesso de tarefas que ultrapassam o expediente; 
  • Cobranças fora do horário, inclusive por WhatsApp; 
  • Falta de pausas e de descanso adequado. 

Se você se identificou com mais de um desses sinais, fique atento. Talvez seja hora de buscar orientação jurídica.

Provas que ajudam a confirmar a jornada abusiva

Não basta sentir-se sobrecarregado — é preciso provar a situação. Por isso, guarde:

  • Prints de mensagens fora do expediente; 
  • Registros de entrada e saída (mesmo que informais); 
  • Depoimentos de colegas de trabalho; 
  • E-mails com horários marcados. 

Quando a jornada abusiva vira assédio moral

Aliás, se a sobrecarga vier acompanhada de humilhações, gritos, ameaças ou pressões psicológicas, a situação também pode configurar assédio moral. Nesse caso, você poderá pedir indenização por danos morais.

Como comprovar a jornada abusiva na Justiça do Trabalho

Tipos de provas aceitas: documentos, testemunhas, prints

Na Justiça do Trabalho, é comum o juiz aceitar diversos tipos de provas, como:

  • Prints de aplicativos e mensagens; 
  • E-mails com horários de envio; 
  • Testemunhos de colegas; 
  • Cópias de escalas ou relatórios internos. 

Ou seja, tudo que demonstre sua rotina excessiva pode ser útil.

Aplicativos de ponto, GPS e registro eletrônico

Atualmente, muitos trabalhadores usam aplicativos para registrar presença, acessar sistemas ou monitorar entregas. Esses dados, portanto, podem ser utilizados para comprovar a jornada real.

Carga de prova e inversão a favor do trabalhador

E tem mais: se a empresa não apresenta os controles de ponto quando deveria, a Justiça tende a considerar a versão do trabalhador como verdadeira. Isso se chama inversão do ônus da prova — e está previsto na CLT.

Como processar a empresa por jornada abusiva

Passo a passo com um advogado trabalhista

Se você já tem provas em mãos, veja o que fazer:

  1. Primeiro, consulte um advogado trabalhista; 
  2. Depois, apresente suas evidências; 
  3. Em seguida, o advogado entrará com a ação na Justiça; 
  4. A empresa será notificada e deverá responder; 
  5. Por fim, o processo seguirá até decisão do juiz. 

Quais direitos você pode exigir: horas extras, danos morais e mais

Ao processar a empresa, é possível pedir:

  • Pagamento de horas extras com adicional de 50% ou 100%; 
  • Reflexos em férias, 13º salário, FGTS e INSS; 
  • Indenização por danos morais; 
  • Reconhecimento de rescisão indireta, se for o caso. 

Quanto tempo leva e como funciona o processo

Os prazos podem variar. Em geral, processos trabalhistas duram de 6 meses a 2 anos, dependendo da cidade e da complexidade. Durante esse tempo, seu advogado acompanhará cada etapa e te manterá informado.

Jornada abusiva e rescisão indireta: posso sair e processar?

O que é rescisão indireta e como funciona

Se a empresa descumpre obrigações graves, como impor jornada abusiva, o trabalhador pode sair por rescisão indireta. Ou seja, ele sai, mas recebe todos os direitos como se tivesse sido demitido sem justa causa.

Como garantir seus direitos ao sair da empresa

Contudo, não tome decisões precipitadas. Antes de sair:

  • Converse com um advogado trabalhista; 
  • Organize suas provas; 
  • Evite abandonar o emprego de forma brusca, pois isso pode prejudicar o processo. 

Advogado trabalhista é essencial para garantir seus direitos

Como encontrar um bom advogado trabalhista

Para conseguir justiça, o ideal é procurar um profissional experiente. Busque por:

  • Especialistas em direito do trabalho; 
  • Advogados com boas avaliações; 
  • Profissionais que atendam online ou por WhatsApp. 

Advogado trabalhista gratuito: é possível?

Sim! Você pode solicitar justiça gratuita se tiver renda baixa. Além disso, a Defensoria Pública e sindicatos podem te ajudar.

Atendimento online e por WhatsApp: mais agilidade para você

Hoje em dia, tudo pode ser resolvido pelo celular. Assim, é totalmente possível encontrar um advogado trabalhista online via WhatsApp e receber orientações rápidas, sem sair de casa.

Conclusão

A jornada abusiva não pode ser normalizada. Portanto, se você está sendo explorado, é hora de agir. Com provas, orientação jurídica e apoio adequado, é possível garantir seus direitos, inclusive como gerente. Não aceite menos do que a lei garante. Busque um advogado trabalhista, avalie o seu caso e, se necessário, processe a empresa.

Perguntas Frequentes (FAQs)

  1. O que é considerado jornada abusiva pela CLT?
    Jornada abusiva é aquela que ultrapassa os limites legais, como mais de 2 horas extras diárias, sem pagamento ou descanso adequado.
  2. Gerente pode entrar na Justiça por jornada abusiva?
    Sim. Se o gerente não recebe gratificação de função ou tem jornada controlada, pode ter direito às horas extras.
  3. Preciso ter registro de ponto para provar a jornada abusiva?
    Não necessariamente. Prints, e-mails, testemunhas e aplicativos também são provas válidas.
  4. Posso sair da empresa e ainda assim receber meus direitos?
    Sim, por meio da rescisão indireta, desde que haja provas do abuso.
  5. Como encontrar um advogado trabalhista gratuito em Minas Gerais? 

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