Pedro Carvalho Advogado Trabalhista

Trabalhadores de Frigorífico: Pausas Térmicas, Insalubridade e EPI — Saiba Tudo Sobre Seus Direitos!

Introdução

Você sabia que os trabalhadores de frigorífico têm direitos trabalhistas especiais garantidos por lei?
Isso acontece porque eles enfrentam temperaturas extremamente baixas, ritmos intensos de produção e riscos diários à saúde.

Por essa razão, a legislação brasileira estabelece normas rigorosas sobre pausas térmicas, insalubridade e uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual).
Portanto, compreender essas regras é essencial para proteger a saúde e garantir o respeito aos direitos.
Ao longo deste artigo, você vai descobrir tudo o que a lei prevê e entender, passo a passo, como agir caso sua empresa não esteja cumprindo essas obrigações.

O trabalho em frigoríficos e seus riscos

Trabalhar em um frigorífico é, sem dúvida, uma das atividades mais desafiadoras dentro da indústria alimentícia.
Além das baixas temperaturas constantes, os trabalhadores precisam lidar com atividades repetitivas, exposição à umidade e pressão por produtividade.

Consequentemente, o corpo sofre impactos significativos. É comum surgirem dores musculares, tendinites, problemas respiratórios e até estresse ocupacional.
Além disso, o ritmo acelerado de produção aumenta o risco de acidentes de trabalho e problemas psicológicos, o que torna o ambiente ainda mais exigente.

Assim, é fundamental que o empregador cumpra todas as normas de segurança para garantir condições humanas e seguras de trabalho.

O que diz a lei sobre as condições de trabalho

As condições de trabalho em frigoríficos são regulamentadas pela NR-36, que é a Norma Regulamentadora do Trabalho em Frigoríficos, e também pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Essas normas foram criadas exatamente para proteger o trabalhador que atua em ambientes frios, úmidos e insalubres.

De acordo com a legislação, as empresas devem fornecer pausas térmicas, EPIs adequados e pagar o adicional de insalubridade quando houver exposição a risco.
Além disso, precisam garantir locais de descanso, treinamento contínuo e controle da jornada de trabalho.

Em outras palavras, o cumprimento dessas regras não é opcional: é uma obrigação legal e moral de toda empresa do setor.

Pausas térmicas obrigatórias

As chamadas pausas térmicas são um dos direitos mais importantes dos trabalhadores de frigorífico.

O que são

Esses intervalos servem para que o corpo se aqueça e retorne à temperatura normal, evitando doenças causadas pelo frio intenso.
Além disso, reduzem a fadiga, melhoram a circulação e aumentam a produtividade.

Em resumo, as pausas térmicas não são apenas um benefício, mas uma medida de segurança e saúde ocupacional.

Quando devem ocorrer

Conforme a NR-36, o trabalhador que permanece em ambiente frio por mais de 1 hora e 40 minutos consecutivos deve, obrigatoriamente, fazer uma pausa térmica.
Durante esse período, ele deve permanecer em um ambiente aquecido e confortável, com assentos e acesso à água potável.

Duração e frequência

A duração mínima é de 20 minutos para cada 1h40 de trabalho.
Portanto, em uma jornada de 8 horas, o empregado deve ter pelo menos quatro pausas diárias.
Além disso, essas pausas são contabilizadas dentro do horário de trabalho e devem ser remuneradas normalmente.

Logo, qualquer empresa que não conceda essas pausas está descumprindo a lei.

Insalubridade no ambiente frigorífico

O ambiente de frigorífico é considerado altamente insalubre.
Isso ocorre porque o trabalhador está exposto a baixas temperaturas, umidade constante e agentes biológicos, como carnes e vísceras em decomposição.

Classificação e graus

O Ministério do Trabalho classifica a insalubridade em três níveis:

  • Grau mínimo: 10% do salário-mínimo;
  • Grau médio: 20%;
  • Grau máximo: 40%.

Na prática, quem trabalha diretamente na produção, corte ou armazenamento em câmaras frias geralmente recebe grau médio ou máximo.

Percentuais e cálculo

O adicional de insalubridade é calculado sobre o salário-mínimo nacional.
Por exemplo, se o grau for médio (20%) e o salário-mínimo for R$ 1.518, o trabalhador deve receber R$ 303,60 extras por mês.
Além disso, esse valor deve aparecer mensalmente no contracheque.
Caso contrário, há indício de descumprimento legal.

Em resumo, a insalubridade é um direito fundamental e deve ser paga sempre que houver exposição a riscos.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

O EPI é o principal aliado do trabalhador para reduzir os efeitos nocivos do ambiente frigorífico.

Tipos obrigatórios

Entre os EPIs exigidos pela NR-36 e NR-06, estão:

  • Luvas térmicas e impermeáveis;
  • Aventais de isolamento;
  • Botas antiderrapantes e impermeáveis;
  • Protetores auriculares;
  • Toucas e gorros com proteção térmica.

Além disso, todos esses equipamentos devem possuir Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho.

Dever do empregador

É dever da empresa fornecer gratuitamente os EPIs, ensinar o uso correto e substituir os equipamentos danificados.
Dessa forma, o empregador cumpre seu papel e evita acidentes graves.

Consequências da falta de EPI

Quando o EPI não é fornecido ou não protege adequadamente, o trabalhador pode requerer o adicional de insalubridade em grau máximo.
Além disso, a empresa poderá responder judicialmente por danos morais e materiais.

Portanto, o uso de EPI é uma questão de segurança e também de responsabilidade legal.

Como comprovar insalubridade na Justiça

Se a empresa não pagar o adicional, o trabalhador pode recorrer à Justiça. Nesse caso, será realizada uma perícia técnica no local de trabalho.

O perito avalia a temperatura, o tempo de exposição e o uso (ou não) dos EPIs.
Se for confirmada a insalubridade, o juiz determinará o pagamento retroativo e o acréscimo do adicional.

Além disso, é importante apresentar fotos, relatos e testemunhas, que fortalecem a prova.
Dessa forma, o trabalhador garante que seus direitos sejam reconhecidos e pagos corretamente.

Direitos adicionais do trabalhador de frigorífico

Além do adicional de insalubridade e das pausas térmicas, o trabalhador também tem outros direitos previstos em lei, como:

  • Intervalo para refeição e descanso;
  • Jornada de 8 horas com limite de 2 horas extras;
  • FGTS e 13º salário;
  • Férias anuais remuneradas;
  • Estabilidade provisória após acidente de trabalho.

Ou seja, a legislação busca equilibrar o desgaste físico da função com compensações financeiras e garantias de segurança.

Principais irregularidades encontradas

Infelizmente, muitas empresas descumprem as normas.
É comum encontrar frigoríficos que não concedem as pausas térmicas, não pagam o adicional de insalubridade ou fornecem EPIs de baixa qualidade.

Em contrapartida, o Ministério do Trabalho e a Justiça têm aplicado multas pesadas e condenações nesses casos.
Por isso, é essencial que o trabalhador registre provas e busque seus direitos assim que perceber qualquer irregularidade.

A importância das pausas e EPIs para a saúde

As pausas térmicas e o uso de EPIs são medidas que salvam vidas e previnem doenças.
Com o corpo constantemente exposto ao frio, sem pausas, o trabalhador pode desenvolver doenças respiratórias, dores musculares e problemas circulatórios.

Além disso, a falta de proteção adequada pode causar acidentes sérios e afastamentos prolongados.
Dessa forma, respeitar essas normas é garantir dignidade, segurança e bem-estar no ambiente de trabalho.

O papel dos sindicatos e da fiscalização

Os sindicatos dos trabalhadores em frigoríficos têm papel fundamental na defesa da categoria.
Eles negociam acordos coletivos que ampliam direitos e fiscalizam irregularidades.

Ao mesmo tempo, a inspeção do Ministério do Trabalho realiza fiscalizações periódicas e pode aplicar multas e embargos às empresas que descumprem as normas da NR-36.

Assim, a atuação sindical e estatal é indispensável para garantir o cumprimento da lei e proteger a categoria.

Como agir se a empresa não cumpre a lei

Se você trabalha em um frigorífico e percebe que as regras não estão sendo seguidas, não fique calado.
Primeiramente, registre tudo: tire fotos, anote horários, guarde mensagens e busque testemunhas.
Por fim, consulte um advogado trabalhista para receber orientação sobre como exigir judicialmente seus direitos.

Dessa maneira, você protege não apenas a si mesmo, mas também seus colegas de profissão.

Conclusão

Em síntese, o trabalho em frigoríficos é árduo e exige grande resistência física.
Por isso, a lei garante pausas térmicas, EPIs adequados e adicional de insalubridade para proteger o trabalhador.

Contudo, quando essas normas não são respeitadas, o funcionário pode e deve recorrer à Justiça.
Assim, é possível garantir o pagamento correto, indenizações e condições dignas de trabalho.

Em resumo, quem mantém o alimento do país circulando merece trabalhar com segurança, respeito e valorização.

FAQs

  1. O que são pausas térmicas?
    São intervalos obrigatórios para o trabalhador se aquecer e recuperar a temperatura corporal, conforme a NR-36.
  2. Quantos minutos deve durar cada pausa térmica?
    Cada pausa deve ter 20 minutos a cada 1h40 de exposição ao frio.
  3. O adicional de insalubridade é pago sobre o salário base?
    Não. Ele é calculado sobre o salário-mínimo, de acordo com o grau de risco.
  4. A empresa é obrigada a fornecer EPIs?
    Sim. O fornecimento é obrigatório, gratuito e deve incluir treinamento.
  5. Posso processar a empresa se não tiver pausas térmicas?
    Com certeza. A falta dessas pausas é ilegal e dá direito a indenização trabalhista.

Fale agora com um advogado trabalhista em Contagem e descubra se você tem direito a receber insalubridade.

 

Fale com o Dr. Pedro Carvalho!

Clique no botão abaixo e obtenha a orientação jurídica que você precisa para resolver suas questões com segurança e confiança. 

Fale comigo agora mesmo

Siga-nos na rede social, @pedroncarvalhoadv, e fique por dentro das últimas novidades!

leia também: Trabalhei na Construção Civil sem Carteira Assinada: Quais São Meus Direitos?

reversão da demissão por justa causa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *